9.6.11

Sobre a Minha morte


Ainda não havia escrito sobre o que foram os 17 dias de hospital para mim. Lutando para me recuperar… dias que, sem forças, pensava que ia morrer. Foram dias de angústia e de dor (física, espiritual e emocional). Dias que me fiz de forte, mesmo me sentido mais fraca do que nunca.

Não estou dizendo isso para que você diga: “Ohhh! Coitadinha dela!”. Não! Não sou merecedora de dó ou piedade. Acontece que eu sei BEM porque aquilo foi acontecer comigo. Durante o tempo que fiquei internada isso estava bem claro para mim, mas depois que saí do hospital, algo aconteceu que não me lembrava mais deste significado.
Fui internada no dia 27 de Fevereiro de 2011 com suspeita de meningite. No segundo dia de internação, as suspeitas foram confirmadas. Perdi o acampamento de jovens da minha igreja. Perdi alguns jobs. Perdi a minha vida. Calma, eu explico…

Durante o tempo que fiquei internada Deus foi ministrando em mim de maneira especial. Me mostrando como a vida era frágil e como ninguém nunca sabe a data de sua morte. Eu só orava para que eu pudesse sair daquele hospital para poder viver de verdade a vida que Ele me deu. Saí do hospital e me esqueci deste acordo.

Quando estava internada via todas aquelas pessoas vivendo… Fazendo coisas simples como dar um mergulho, dançar, correr… Percebi que nada do que havia feito na vida (ou pouca coisa que fiz) foi plenamente. Não fui daquelas que “viveu cada momento como se fosse o último”.

Meu problema sempre foi me achar viva demais. Nunca cogitei a possibilidade de morrer. Não agora! Talvez com uns 83-90 anos, depois que eu já tivesse netos. Mas jovem assim, nunca pensei. Meu problema sempre deixar a vida escorrer ralo abaixo. Cada minuto, cada segundo passando e eu deixando a vida pra depois, “afinal, sou jovem ainda!”, pensava de maneira inconsciente.

Paulo diz o seguinte em Gálatas 2:20: “Eu já fui crucificado com Cristo: eu próprio não vivo mais, e sim é Cristo quem vive em mim. E a vida genuína que tenho agora dentro deste corpo é resultado da minha fé no Filho de Deus, o qual me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

Juliano Son diz que “Para que outros possam viver deve-se morrer!”.
Jesus nos diz em Marcos 8:34-35: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará.”

O que estava acontecendo comigo é que eu não havia morrido. Mesmo tendo sido batizada e cumprido com todas as formalidades… Eu não havia morrido.

O meu problema (e sei que o de muitos cristãos ao redor do mundo) é que não tinha entendido que a minha vida não é “minha”… Foi Deus quem me deu para ser usada para a glória dEle. Não tenho o direito de fazer o que quero com ela. Mas eu vivia como bem entendia.

Não me entenda mal! Eu conhecia BEM a teoria. Sabia sobre o morrer. Gálatas 2:20 foi um dos primeiros versículos que decorei. Mas se saber a teoria fosse pratica-la, haveriam muitos sábios por ai. Deus me fez lembrar hoje que naqueles 17 dias era para eu ter morrido (de fato). Me fez lembrar do acordo de viver para Ele. Eu não tenho mais o que perder. Eu morri naqueles 17 dias. Agora a vida que vivo não é para mim, mas para Ele.

E você? Sabe a teoria… que legal! Mas onde está seu coração? Quem faz seus planos? Você, ou Ele?

Vale a pena MORRER! :)